PAULO MORRÃO
O
Paulão Morrão, na sexta-feira passada, começou a gritar a plenos
pulmões no bar do Manéu: “O tesão não é estético!!!”.
Deixe
eu explicar, primeiro, quem é o Paulão. Ele é um autêntico “barba
e bolsa”. Manja o tipo? Meio, assim, um hippie que não deu
certo e hoje faz colarzinho na Avenida Atlântica, sabecomé?
O
Paulão, na década de 70, até que fez uma graninha com uma pousada
em Arembepe, lá na Bahia, mas queimou tudo em “cigarros fortes”...
Ele
vive sempre doidão. Parece até que ele pinga groselha nos olhos.
Nessas horas de loucura, se alguém perguntar o nome dele, responde
numa voz pastosa: “Escuta aqui...ó... dá pra fazer...uma pergunta
mais fácil?...”.
Nós
temos um amigo, o Sala, um judeu que freqüenta cartomante e
candomblé e que, num daqueles feriados judaicos, que exigia jejum,
comia com muita culpa um belíssimo filezão no Bar do Manéu.
O
Paulão Morrão não conversou e mandou na lata: “Não se preocupa
não, ô Sala, Deus tá muito ocupado. Ele tá almoçando um
churrasco...”.
Depois
dessa observação, o Sala, já mais descontraído, além da polenta
frita, pediu mais linguicinha e chope gelado. Assim é o Paulão.
Mas,
nessa sexta-feira aqui no Bar do Manéu, a que eu estava me referindo
lá no início e que você agora não lembra porque não prestou
atenção, ele falava de Bertioga.
A
sua nova namoradinha, que ela chamava de “meu petisquinho”
Todo
mundo no boteco sabia que ele nunca teve bom gosto nas companhias
femininas, mas dessa vez ele tinha abusado. Eta mulher feia da peste!
O cabelo da tal Bertioga era todo desgrenhado, caindo por cima dos
olhos, parecia que tinha passado um furacão por ali. Os olhos
vesgos e esbugalhados, um toco de cigarro apagado no canto da boca,
boca essa que pertencia a uma cara que mais parecia uma cuíca. Para
completar o quadro, sem bunda, mais magra que filé de borboleta e
com um queixo que mais parecia uma castanha de caju.
Mas,
como diz o Paulão, o tesão não é estético...
Nenhum comentário:
Postar um comentário